Plano de Emergência: Palestra demonstra cuidados a serem tomados em grandes incêndios

O Gabinete Militar do Tribunal de Justiça do Amapá proporcionou aos servidores e magistrados do Fórum de Santana uma palestra para formatação de um Plano de Emergência contra Sinistros. 

A palestra foi realizada na manhã da última sexta-feira (02), proferida por especialistas do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, atendendo a convite do presidente do Judiciário, desembargador Carlos Tork. 

Respondendo pela diretoria do Fórum de Santana, o juiz José Bonifácio Lima da Mata, titular da 3ª Vara Cível e de Fazenda Pública daquela Comarca, participou da palestra. 

“Toda ação que envolve segurança de um prédio como esse trará benefícios para todos que aqui trabalham, e para os que nos procuram no intuito de resolver questões de Justiça”, considerou o magistrado. 

Para ele, é comum que, ao se referir a um prédio antigo como o do Fórum, construído em 1996, a preocupação seja prioritariamente com relação à estrutura física e nem sempre com relação à segurança. 

“Nesse sentido foi muito boa a iniciativa de ter trazido os especialistas do Corpo de Bombeiros para esse treinamento sobre segurança. Assim, os cerca de 250 servidores e nós magistrados ficamos cientes de como agir em situações emergenciais”, disse o juiz. 

O palestrante, Edson Igreja Bentes, 2º Tenente do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, especialista em Engenharia de Segurança contra Incêndios pela Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro, iniciou a palestra historiando as grandes catástrofes de cidades ao redor do mundo, para exemplificar a importância da prevenção e do conhecimento acerca de medidas de segurança e planos de evacuação. 

O primeiro exemplo, conhecido de todos, foi tratado como curiosidade histórica. O famoso incêndio que destruiu grande parte da cidade de Roma, no ano 64 D.C., atribuído à insanidade do imperador Nero. 

Segundo o Tenente Bentes, há controvérsias sobre as causas, uma vez que Roma, sob o comando do mesmo imperador, oferece o primeiro registro de plano de alerta contra sinistros que se tem conhecimento. 

“Homens da guarda eram posicionados em pontos estratégicos da cidade, com objetivo de alertar a população em caso de focos de incêndios, muito comuns na época”, relatou.

Exemplos de grandes sinistros ocorridos no Brasil, como dos edifícios Andraus, em São Paulo – 24 de fevereiro de 1972 com 16 mortos e 330 feridos - e Joelma, em São Paulo – 1º de fevereiro de 1974 com 191 mortos e 300 feridos. 

Outro caso de grande repercussão apresentado foi o da Boate Kiss, em Santa Maria (RS) – 27 de janeiro de 2013 com 242 mortos e 680 feridos. 

Em todos os exemplos, o Tenente Bentes detalhou as condições de equipamentos, saídas de emergência e, principalmente, a falta de conhecimento geral sobre esses itens por parte do público. 

A plateia atenta do Fórum de Santana pode compreender a importância de adquirir hábitos de segurança. Segundo o palestrante, “ao entrar em qualquer ambiente de aglomeração humana, como cinema, teatros, casas noturnas, estádios de futebol, auditórios, prédios, entre outros, é importante adquirir a prática de observar a localização dos equipamentos de combate a sinistros, como extintores de incêndios e mangueiras, além de localizar visualmente as saídas de emergência”. 

Ele afirmou que 80% das vítimas fatais de incêndios morrem não por causa do fogo em si, mas em razão da inalação de fumaça tóxica. 

“Esse fator se dá muito em razão da falta de planos de evacuação e de conhecimento sobre o local dos equipamentos e saídas, além das sinalizações que identificam esses elementos, por parte dos que frequentam os locais”, explicou. 

A partir do evento desta sexta-feira, o Corpo de Bombeiros fará um levantamento sobre a situação geral de segurança do prédio. 

Em seguida e com a participação dos servidores, estruturar o Plano de Emergência contra Sinistros. A palestra com o tema também será estendida aos fóruns de Macapá e ao TJAP.

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