Desrespeito e negligência hospitalar em Santana leva grávida a ter filho em casa: “Foi desumano”

Entrada da Maternidade de Santana
Uma situação de total falta de profissionalismo, melhor atendimento e coerência com o próximo. Esses são apenas alguns atributos que estão somados com o episódio ocorrido na manhã desta quarta-feira (20/12) na cidade de Santana. 

O fato envolveu uma mulher grávida, que já se encontrava no período pontual de parto e procurou o atendimento da área da maternidade da maior unidade de saúde do município de Santana. 

Para a surpresa da grávida, a mesma foi orientada pela médica de plantão para retornar à sua casa, mesmo apresentando fortes sinais de parto prematuro (sangramento). 

Apesar da insistência, a mulher acatou a orientação da médica e retornou para sua casa, onde as dores físicas somente aumentaram. 

Tayse Almeida, irmã da grávida, foi graças à ajuda de uma vizinha (enfermeira) que a criança – uma menina – e a mãe puderam ter um parto de sucesso. 

Desrespeito 
Mesmo com a criança tendo nascido em casa, as duas (mãe e filha recém-nascida) voltaram à maternidade do Hospital de Santana, com o intuito de seguirem um atendimento convencional, o que apenas provou mais uma vez a falta de respeito e consideração com uma pessoa que havia procurado àquela unidade de saúde mais cedo. 

“A criança e a mãe ainda unidas pelo cordão umbilical dentro de um carro esperando que alguém as atendesse e ninguém aparecia, todos estavam "ocupados", uma pessoa que nem sequer trabalha no hospital foi quem conseguiu uma maca, e própria enfermeira que realizou o parto foi quem colocou a paciente na maca, pois nenhum funcionário se dispôs a ajudar”, detalhou. 

Relato na Internet 
A triste situação vivida pela grávida foi relatada por Tayse Almeida (irmã e tia das protagonistas) que usou das redes sociais para descrever o episodio desumano que apenas uma de centenas de pessoas passam diariamente quando procuram a rede de atendimento público hospitalar. 

Relato de parto viralizou nas redes sociais
Abaixo o texto na íntegra do ocorrido: 

“Gente o que aconteceu com minha irmã hoje nao deve acontecer nem com um animal, foi desumano. 
Ela foi ignorada na maternidade de Santana porque estava com infecção urinária, grávida de apenas 7 meses. E a médica que estava de plantão mandou ela para casa por que era normal está perdendo muito sangue e sentindo muita dor, desde quando é normal passar por tudo isso aos sete meses? 
Foi um descaso completo, a médica que acompanhava sua gravidez disse que a situação dela era grave e diante disso ela deveria ser internada, porém chegando no hospital com o encaminhamento a médica plantonista com toda a sua arrogância tratou com descaso mais uma vez a situação, passou uma simples medicação e mandou a paciente de volta pra casa, chegando em casa os sintomas persistiram porque não houve o tratamento adequado, com o avanço das dores foram feitas diversas ligações para o Samu e para o corpo de bombeiros e toda hora uma desculpa diferente, até dizerem que simplesmente não viria o socorro, pois a única ambulância disponível havia ido atender outra ocorrência, por causa disso minha irmã deu a luz a uma criança prematura em casa e em situação precária, ambas só sobreviveram porque graças a Deus a minha vizinha é enfermeira e foi ela quem fez o parto. 
E pra piorar ainda mais a situação chegando no hospital o atendimento mais uma vez foi negado, a criança e a mãe ainda unidas pelo cordão umbilical dentro de um carro esperando que alguém as atendesse e ninguém aparecia, todos estavam "ocupados", uma pessoa que nem sequer trabalha no hospital foi quem conseguiu uma maca, e própria enfermeira que realizou o parto foi quem colocou a paciente na maca, pois nenhum funcionário se dispôs a ajudar. 
Foi descaso do início ao fim, minha irmã e sobrinha estão vivas graças há um milagre de Deus, porque se dependesse do poder público hoje eu estaria aqui relatando duas mortes, deixo aqui a minha indignação e peço orações pela saúde das duas.” 

O relato postado por Tayse já ultrapassou mais de 440 compartilhamento, tendo grande repercussão local. 

Ninguém da Secretaria de Estado da Saúde do Amapá ainda se pronunciou sobre o fato.

Comentários