Projeto “Namoro Sem Violência” atenderá jovens de Santana

Alunos do IFAP já receberam o projeto
O projeto Namoro Sem Violência, do governo do Estado, iniciou suas atividades no município de Santana na manhã desta quinta-feira, 23/11, no campus do Instituto Federal do Amapá (Ifap) na cidade. 

Desenvolvido pela Secretaria Extraordinária de Políticas para as Mulheres (SEPM), o projeto tem como objetivo de sensibilizar e mobilizar os jovens a discutirem sobre relacionamentos abusivos e propor práticas preventivas e de intervenção. 

Na abertura do evento, alunos da escola Rodoval Borges apresentaram uma peça teatral sobre o tema. A metodologia envolve palestras educativas nas escolas, dinâmicas em grupo para que os jovens possam expor seus pontos de vista, vídeos de conscientização e sensibilização, questionários de pesquisas, concurso de redação, roda de conversa e a criação de um manifesto em vídeo com todos os jovens participantes, fazendo chamadas de combate à violência no namoro. 

O projeto tem embasamento teórico no estudo do livro “Namoro Sem Violência”, de Sheila Giardini Murta. A demanda foi detectada após as profissionais do Centro de Atendimento à Mulher e à Família (Camuf), vinculado à SEPM, detectarem por meio de questionário de pesquisa e intervenção em algumas escolas da rede estadual que a violência está presente em algumas relações de namoro. 

A implantação das ações nas escolas da rede estadual de ensino estão sendo realizadas em parceria com as secretarias de Estado da Educação e da Juventude. 

As primeiras unidades contempladas foram as escolas Maria do Carmo Viana dos Anjos, Jacinta Carvalho e Lucimar Amoras Del Castillo e mais 23 escolas da rede estadual de ensino. 

“A violência começa no namoro e afeta um grande número de jovens. A partir do momento que essa a agressividade inicia, gera um ciclo de violência até a vida adulta. Precisamos parar esse problema enquanto há tempo”, afirmou a coordenadora do Camuf, Patrícia Palheta. 

Para a estudante E.S., os jovens precisam entender onde começa a agressão. “Quando um não deixa o outro vestir o que quiser ou fica monitorando já é um ato violento. Eu entendi agora que sofro com isso e que isso não deve continuar”, salientou a jovem. 

Namoro Sem Violência 
O projeto surgiu da necessidade de um novo olhar e uma nova perspectiva sobre as relações socioafetivas entre adolescentes e dar voz aos jovens que estão inseridos no contexto de violência, muitas vezes de forma imperceptível. De acordo com estudos das técnicas do Camuf, na adolescência é preocupante o silêncio em torno dessas relações nocivas, nas quais a violência é utilizada como um meio de dominar e controlar a outra pessoa. 

“Divulgar fotos íntimas pela internet, monitorar o outro através de suas redes sociais, humilhar, ameaçar, espancar, isolar, empurrar, fazer sexo à força e destruir os pertences do parceiro são alguns exemplos de violência no namoro”, informou Patrícia. 

A intenção do governo é mostrar que jovens de ambos os sexos e diferentes classes sociais vivem isso frequentemente, seja por experiência própria ou indiretamente, ao testemunhar ou ouvir falar sobre a violência nas relações íntimas entre amigos, conhecidos ou familiares. 

A depressão, a baixa autoestima, a insegurança em novos relacionamentos, o abuso de álcool e a dificuldade em concentrar-se em tarefas acadêmicas são algumas das consequências comuns da violência no namoro.

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