Juizados realizam Debate Público marcando os 10 anos da Lei Maria da Penha

Juíza Michelle Farias, da Comarca de Santana
A Justiça do Amapá, por meio dos Juizados de Violência Doméstica contra a Mulher das Comarcas de Macapá e Santana, realizou o simpósio com o tema: “10 anos da Lei Maria da penha: o que mudou?”, e o lançamento da Cartilha sobre orientação ao enfrentamento à violência contra a mulher. 

O Simpósio reuniu magistrados, servidores e representantes da Delegacia de Crimes Contra a Mulher, Comissão da Mulher Advogada da OAB/AP, Promotoria de Justiça da Violência Doméstica, Secretarias Municipal, Estadual e Nacional de Políticas Públicas para Mulheres e demais órgãos da rede de proteção à mulher. 

A Presidente do Tribunal de Justiça do Amapá, Desembargadora Sueli Pini, ressaltou a importância do simpósio. 

Parabenizo a iniciativa dos Juizados em discutir os lados positivos da Lei 11.34/06 e o que pode ser melhorado na sua aplicação para responsabilizar os criminosos e melhor amparar as vítimas, além de vermos o que precisa ser repensado nas nossas práticas judiciais do dia a dia”. 

A Secretária Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres da Presidência da República, ministra Fátima Pelaes, destacou que mesmo com a vigência da Lei há dez anos, ainda é inadmissível quem em pleno século XXI ocorra esse tipo de violência. 

“Atitudes como essa do TJAP, e também ações de outras instituições, significa uma união para fortalecer a rede de enfrentamento à violência contra a mulher. Temos que desconstruir essa cultura da superioridade masculina e reprodução de machismo. Isso está errado. Cabe a nós refletir o que podemos fazer para diminuir esses índices dos vários níveis de violência ao gênero feminino”. 

A deputada estadual Cristina Almeida participou do simpósio onde ministrou palestra sobre “A importância do desenvolvimento de Políticas Públicas no enfrentamento à violência contra as mulheres”. 

Presidente do TJAP, Desembargadora Sueli Pini
A juíza Michelle Farias, titular do Juizado de Violência Doméstica da Comarca de Santana, disse que o objetivo do simpósio foi o de avaliar os avanços obtidos e os percalços, e, ainda, fazer a sociedade refletir. 

“No meu dia a dia eu lido com processos de muita violência dentro dos lares. Enfatizo que é preciso inicialmente desmistificar a ideia nas relações do poder que um tem pelo outro, de obedecer, de alguém se sentir dono de outrem. Falar sobre a luta contra a violência doméstica é justamente isso: substituir a ideia de posse por cooperação, solidariedade e ajuda”. 

O juiz Augusto César Gomes Leite, titular do Juizado de Violência Doméstica da Comarca de Macapá, destacou a união das instituições que não medem esforços para discutir e propor atitudes que buscam justiça, igualdade e fortalecimento para as mulheres. 

“Foi uma manhã em que explanamos sobre a história e avanços que marcaram uma década de vigência da Lei Maria da Penha, e a importância de movimentos sociais para as conquistas de direito das mulheres ao longo dos anos na sociedade contemporânea”, finalizou o magistrado.

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