Benedito Souza: Uma “Lenda Viva” do Rádio amapaense a serviço de Deus

Benedito Souza, radialista pioneiro.
Seu nome estampou um dos períodos mais gloriosos que a fase do auge radiofônico no Amapá pôde viver, sendo destaque inusitado pelo carisma vocal e influente que passava para seus fieis ouvintes durante as décadas de 1960 até 1980. 

A classe feminina de jovens de Macapá que atravessou os chamados “anos dourados” não perdiam um programa noturno que era diariamente apresentado pelo talentoso Benedito Souza, hoje com 65 anos e mais de meio século como radialista nato do nosso Estado. 

Com estatura média e usando um inseparável chapéu (tipo “boina”) começou sua carreira no rádio amapaense como Operador de áudio, sendo posteriormente convidado para fazer um teste condicional para apresentar um programa radiofônico na extinta Rádio Equatorial. 

“Naquela época, era uma loucura quando um radialista falava para os quatro cantos da cidade, as meninas se agitavam com as canções e até conheciam o modo de cada radialista”, relembra Benedito Souza, que deu o pontapé inicial por volta de 1963, à frente do programa “Música Adulta Pra Gente Adulta”

Benedito Souza é hoje como radialista comunitário
“Eram duas horas diárias de programa que levava a garotada ao delírio, não tinha quem não falasse do programa pela cidade”, continuou contando o aposentado, que chegou ao topo do reconhecimento local, ficando entre outros grandes nomes da sua época. “Já me olhavam com o mesmo sucesso que tinha Pedro Silveira, Benedito Andrade, J. Ney, Edna Luz, Odivar Motta e muitos outros que se apresentavam no rádio nessa mesma época”. 

Sucesso Pessoal
Com pouco mais de dois anos, seguiu depois para outra emissora de rádio, dessa vez abrilhantando com sua simplicidade na Rádio Educadora, onde apresentava o noturno “Juventude Tá Com a Palavra”, também se tornando outro grande sucesso de audiência. 

“Quem viveu aquela época maravilhosa, sabe como era a fama daqueles que trabalhavam no rádio e a influência que ele causava”, disse o radialista, que ainda recebia constantes convites para apresentar eventos na cidade. 

“Era quase todo dia que chegava convites para festas, bailes, casamentos e até ensaios juninos. Uma lista de compromissos que quase não acabava durante o ano inteiro”, pontuou. 

Benedito lamentou a postura atual de alguns dos mais renomados profissionais da comunicação radiofônica amapaense, que procuram não demonstrar com dedicação o verdadeiro amor pela área em que está lotado. 

“Tem muito radialista que hoje não usa o microfone com amor, mas sim, por interesse. O verdadeiro radialista ele vai além de uma simples transmissão, ele tem que se tornar um informante quase presente na casa das pessoas”, aconselha. 

Outros Lugares
Benedito também seguiu outros caminhos que foram além do mundo radiofônico, chegando a trabalhar em outros países, como em Cuba e na república da Guiana Francesa. 

“Trabalhei em Kourou (distrito ultramarino de Caiena), onde fiquei por mais de um ano, tanto que até hoje ainda falo um pouco daquele francês lá da fronteira”, relata Benedito, de forma humorada. 

Serviço Comunitário
Atualmente morando na cidade de Santana – onde reside há quase 30 anos – Benedito Souza mantém uma vida bem simples se comparado aos “Anos de Ouro” que o rádio amapaense lhe ofereceu, mesmo recebendo novos convites de retornar ao esplendor das comunicações radiofônicas. 

Benedito Souza apresentando o "Resgatando Vidas"
“Tenho um irmão que trabalha na Rádio Difusora (de Macapá), e já recebi várias propostas para retornar para o radio, mas prefiro o sossego de outras transmissões”, disse. 

Convertido há uma denominação evangélica há 12 anos, Benedito Souza apresenta há mais de um ano um programa de rádio comunitário (chamado “Resgatando Vidas”), instalado numa cabine de locução da Praça Poliesportiva do bairro Fonte Nova (bem em frente à sua residência), onde transmite dedicações bíblicas e conteúdos evangélicos para as pessoas que transitam diariamente pelo local. 

Benedito ainda ressaltou sobre o sucesso alcançado com o programa de rádio comunitário, na qual já vem atingindo bons resultados. 

“Graças a Deus, já conseguimos tirar seis (06) bêbados que ficavam perambulando aqui pela praça e se guiaram pela Palavra que passo por aqui. Isso é o que mais me deixa orgulhoso”, reconhece Benedito, que apresenta todas as noites a programação evangélica, sendo bastante elogiado até pelos frequentadores do local. 

“A transmissão de relatos evangélicos se torna uma coisa nova para nós que passeamos pela praça, e até nos deixa mais seguros em saber que não encontramos esse tipo de assunto só dentro da igreja, mas em qualquer lugar”, considerou o autônomo Antônio Mendonça, que presta serviço como mototaxista e trafega diariamente pela praça.

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