Quem causou o naufrágio do barco “Novo Amapá”?

Gravura retratada na Revista "Veja" de 14/01/1981, noticiando o
naufrágio ocorrido no então Território do Amapá.
Após partir do Porto de Santana por volta das 14hs do dia 06 de Janeiro de 1981, a embarcação tombou aproximadamente às 21hs. A notícia da tragédia chegou à capital amapaense no dia seguinte, através de dois sobreviventes, que vieram trazidos por um barco de propriedade de um comerciante de Laranjal do Jarí, que chegou a ser uma das primeiras pessoas a tomar ciência da tragédia quando vinha seguindo para Macapá para comercializara gêneros e materiais. 

Mas a verdadeira dimensão do desastre iniciou quando a imprensa local divulgou a lista de despacho na qual constava que somente 146 pessoas haviam sido liberadas para viajar, enquanto que na verdade, na embarcação, estiveram presentes mais de 600 pessoas. 

Em menos de 48hs toda a imprensa nacional voltou-se para o então Território Federal do Amapá, acompanhando todas as informações sobre a tragédia do Cajari. 

Segundo alguns sobreviventes, a inexperiência de um garoto na cabine de comando pode ter sido a causa do desastre. O garoto que muitos se referem pode ser José Roberto da Silva Pinto, hoje com 51 anos e que há pouco tempo trabalhava no cemitério onde foram enterradas as vítimas do naufrágio. 

Foto registra o fluxo interno de passageiros no
momento de sua partida, no Porto de Santana.
“Isso é mentira dizerem que foi um garoto a causa principal da tragédia”, disse José Roberto, criticando certas afirmações ditas na época pela imprensa. 

Roberto era amigo da tripulação há tempos e, vez por outra, viajava no Novo Amapá a pedido do proprietário Alexandre Góes, que comandava a embarcação e também era dono de um estabelecimento comercial no município de Santana, onde Roberto já trabalhara. 

“Antes mesmo de começar a viajar no Novo Amapá, eu trabalhava num bar de que ele era dono”, disse Roberto. 

Alguns sobreviventes insinuaram que um banco de areia pode ter sido uma das principais causas do trágico tombo na foz do Cajari. Mas segundo certas informações que se encontram em livros geográficos e hidrográficos da época, o nível do rio Cajari era bastante alto para levá-lo a inclinar-se lentamente para as águas. 

A empresa Jarí Celulose e Papel S/A (Jarcel) chegou a ser cogitada por diversos funcionários que sobreviveram ao naufrágio, alegando que a empresa tinha a obrigação de fornecer um transporte para atender somente aos seus empregados quando se tratava de retornarem ao âmbito de suas atividades naquela região sul do Território amapaense. 

Outra grande causa – e a mais conhecida até hoje – vem a ser a superlotação da embarcação. Mas, pergunta-se: se a superlotação possa ter sido a causa do naufrágio do barco Novo Amapá, por que não tombou momentos após deixar o Porto de Santana, sabendo que havia uma grande quantidade de passageiros e produtos à bordo?

Comentários

  1. Com certez a superlotação ajudou no tombo e consequente tragédia, o que mais deixa revoltados hoje após 35 anos é que ninguém foi responsabilizado, uma verdadeira vergonha para a justiça brasileira que a cada ano entra pra historia com muita dor.

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  2. Perdi meus tios e primos nessa tragédia. Eu era muito pequena e hoje tenho 39... Como o tal de Roberto já trabalhava, se tinha 4 anos, a mesma idade que eu, no ano do naufrágio?

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  3. Algumas pessoas afirmam que a causa do acidente foi o peso dos carros transportados sob a embarcação e, segundo relatos, estavam sem a trava de segurança, fazendo eles se movimentarem sob a embarcação levando seu peso para somente um lado da embarcação e as pessoas acabaram indo para o mesmo sentido, fazendo que a embarcação tombasse e depois vindo ao naufrágio.

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    1. eu era soldado do exercito na época fui designado para a operação resgate muitos sobreviventes relataram que as cordas das mercadorias e carga foram cortadas para amarrar redes de dormir inclusive de centenas de caixas de cerveja que foi as primeiras a tombare o barco era conduzido por um rapaz que estava be^^bado isso foi para min confirmado por um raáz que perdeu toda a família e se salvou agarrado a seu violão ainda guardo a imagem dele na lembrança espero encontralo um dia

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