Famílias ocuparam as 60 casas |
Desde o último sábado (17/10) que pelo menos 60 famílias estão ocupando de maneira ilegal um conjunto de moradias localizado no distrito do Delta do Matapí-mirim, em Santana.
De acordo com o comerciante Manoel Dias, que reside nas proximidades do local, há cerca de duas semanas que diversas famílias já vinham ameaçando invadir o local.
“No início do mês eles (as famílias) arrancaram as tábuas que cercam o local do conjunto e já vinham comentando para várias pessoas que não iriam esperar pra ocuparem as casas”, disse o comerciante, que ainda testemunhou a chegada de dezenas de famílias no último final de semana, quando tomaram posse das casas que, mesmo inacabadas, foram sendo ocupadas.
Famílias
O blog apurou que parte dessas famílias que invadiram as casas alegam não terem condições de ficarem residindo em moradias de aluguel.
Invasores alegam não terem para onde ir |
“Já fiz vários cadastros para receber uma dessas casas do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ do Governo Federal, mas nunca fui privilegiado e não tem como ficar pagando esses aluguéis caros de R$ 300 ou R$ 400, ainda mais com essa crise que estamos vivendo”, questionou o autônomo Josias Ferreira, que precisou invadir uma das casas do conjunto, por não ter mais condições de pagar aluguel.
Assim como Josias – que é pai de três filhos menores e sua esposa – outras famílias alegam não terem destino de moradia, o que acabou lhes submetendo a invadirem a área, somando mais de 150 pessoas que estão ocupando as casas.
“Não queremos confusão com o Governo e nem com a Prefeitura, apenas esperamos que entendam o nosso lado e procurem nos garantir um lugar digno para nossas famílias”, disse o pedreiro Edinilson Maciel, que também ocupou umas das casas do conjunto.
Com menos de 50% das obras concluídas, as casas estão apenas com as estruturas físicas parcialmente construídas (paredes e telhados), não tendo ainda portas e nem janelas, muito menos os sistemas básicos de atendimento social (água e luz).
“Algumas famílias puxaram uma fiação de energia direto da rede elétrica, e outras estão usando uma fiação cedida pela empresa que está responsável pela construção do conjunto”, falou um dos invasores ao blog sobre a questão do fornecimento de energia elétrica, enquanto que outras famílias (invasoras) já estão se organizando para efetuarem a perfuração de poços artesianos no conjunto.
Mesmo inacabadas, as casas foram ocupadas |
O Conjunto
Localizado no distrito do Delta do Matapí-mirim, o Conjunto Habitacional invadido é uma parceria do Governo Federal com a Prefeitura de Santana, com o propósito de atender de famílias carentes de bairros como Paraíso e Hospitalidade, com previsão de ser entregue em 90 dias.
Segundo a diretoria da empresa-responsável pela obra, uma parcela de recurso (aditivo) estaria sendo aguardado para que houvesse a conclusão das obras e sendo repassado o conjunto para a responsabilidade do Executivo Municipal.
“Estamos aguardando um aditivo para ser repassado para a empresa e assim concluir o quanto antes essa obra”, explicou um dos encarregados da empresa.
Um grupo formado por representantes dos invasores será recebido ainda nesta segunda-feira (19) pelo prefeito de Santana Robson Rocha para tratar da situação.
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