Sem acordo, rodoviários paralisam nesta terça-feira

Linha intermunicipal também deve parar
O que muitos (principalmente cerca de 80 usuários que utilizam o transporte público) não esperavam está confirmado para ocorrer nesta terça-feira (16/06): a paralisação de motoristas e cobradores das quatro (04) empresas de ônibus que exploram diariamente o serviço nas duas maiores cidades amapaenses (Macapá e Santana). 

A paralisação – que possivelmente acontecerá por tempo indeterminado – já havia sido decidida em assembleia pela categoria de rodoviários no final do mês de maio, apesar que boa parte desses trabalhadores se mostra contrária que a ação. 

“Alguns colegas de empresas acham desnecessário a greve”, afirmou uma cobradora de ônibus da linha intermunicipal Macapá-Santana (que não quis se identificar), que já confirmou que houve uma reunião hoje (15) entre membros do Sindicato dos Rodoviários (Sincotrap) e trabalhadores da categoria, acertando que nenhum serviço será tomado enquanto os representantes das empresas de ônibus não aceitaram as propostas de reajuste da categoria. 

Diretor do Setap Décio Melo
Setap apóia greve
A mesma cobradora já antecipou para vários usuários que o Sindicato das Empresas de Transportes Públicos (Setap) está ciente da greve, chegando até mesmo a dar apoio na paralisação. 

“O próprio Décio Melo (diretor do Setap) já tomou frente dos fatos e não vai decidir nada até que o Governo aceite aumentar o valor da passagem nos ônibus”, disse. 

De acordo com o Sincotrap, a categoria exige um reajuste salarial de pelo menos 14% acima da perda da inflação, o que não vem sendo aceito pelas empresas de ônibus. 

A Coordenadora Municipal de Transportes de Macapá (CTMac) Cristina Baddini informou ainda esta manhã à imprensa que logo tomou conhecimento da paralisação programada para amanhã, e que chamará os dois sindicatos (Setap e Sincotrap) para buscar uma alternativa que venha a causar o referido dano social. 

As empresas de ônibus alegam dificuldades para encaixar qualquer reajuste, enquanto não houver o reajuste tarifário. Somente em Macapá, a passagem de ônibus está congelada há quase 4 anos, e há 15 anos o valor é decidido pela Justiça. 

No último dia 30 de abril, as empresas chegaram a conseguir um aumento de R$ 2,10 para R$ 2,30, mas a liminar foi suspensa pelo Tribunal de Justiça cinco dias depois. A frota de Macapá é composta por pouco mais de 200 ônibus que atendem a mais de 2 milhões de usuários por mês. A referida paralisação também atingirá o serviço intermunicipal Macapá-Santana, o que prejudicará mais de 75 mil pessoas que a locomoção coletiva.

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