Cadê os R$ 50 milhões que estavam aqui?

Sessão na Assembleia Legislativa do Amapá
Depois de semanas entre angústias e expectativas, o povo amapaense pôde tomar melhor conhecimento de alguns fatos que lamentavelmente ocorrem na principal instituição legislativa do nosso Estado: a Assembleia Legislativa. 

Em uma matéria exibida em rede nacional, neste último domingo (07/06), o programa jornalístico “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão, mostrou sobre o esquema ilegal de contratações de assessores parlamentares em algumas assembleias legislativas pelo Brasil afora, onde deputados estaduais forjam o pagamento de diversos assessores com altos salários e depois os pressionam psicologicamente a devolver até 70% desses valores como forma de garantirem uma permanência temporária no chamado “serviço público”. 

Houve situações apuradas em que o suposto cidadão comissionado sequer sabia que havia sido contratado por algum parlamentar estadual, mas estava tendo o nome utilizado indevidamente, originando o que popularmente chamamos de “servidor-fantasma”. 

Fato este que estava também se consumando até mesmo na Assembleia Legislativa do Amapá, onde o Ministério Público amapaense decidiu agora levar à frente sobre o uso abusivo de mais de R$ 50 milhões em contratações e verbas indenizatórias calculadas nos últimos dois anos. Dinheiro esse (claro!) para quitação de inúmeros serviços que não tiveram veracidades em documentos já recolhidos pelo Ministério Público, que inclui até mesmo uma formalização com “figuras do além”. Já imaginou alguém que já não está mais entre os vivos se comprometer com a locação de veículos? 

A situação já vinha causando certo pânico para centenas de parlamentares estaduais pelo país quando o quadro "Cadê p Dinheiro que Tava Aqui" do referido programa dominical passou a levar ao conhecimento do povo brasileiro as chamadas "falcatruas da política", atitudes que parecem ter se tornado comuns para essa elite que na verdade deveria manter a conduta moral e disciplinar de nossa sociedade, já que foram cautelosamente escolhidos pelo voto direto.

Todas essas ações – tanto do Amapá como do restante do Brasil – parece que nunca vai ter fim. Pudera! Até por que, se tem alguém que pode ser mais culpado que esses “nobres deputados” é o próprio povo, pois, fomos nós que nos alienamos nesses erros. 

Artigo de Valquíria Rodrigues (acadêmica de Direito)

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