Prefeitura de Santana garante a permanência de famílias questionadas judicialmente

Após o tumultuo popular, ocorrido na tarde da última segunda-feira (02) na Rodovia Salvador Diniz (sentido Santana/Macapá), onde centenas de famílias que invadiram uma extensa área nas proximidades da Vila Amazonas, foram surpreendidas por um Mandado de Reintegração Judicial, onde o proprietário da área (não-informado seu nome para a imprensa) solicitou a imediata retirada dessas famílias da referida área, alegando terem tomado posse de maneira ilegal, a situação teve um novo capítulo, dessa vez com a participação do Poder Municipal. 

Na tarde de ontem (03/03), representantes de moradores do referido bairro (atualmente denominado de “Monte das Oliveiras”), foram recebidos em reunião com o prefeito de Santana Robson Rocha (PR), onde vários pontos sobre a situação tratados com o chefe do Executivo santanense. Além de assessores e técnicos da Prefeitura, também estiveram presentes os vereadores Anderson Almeida e Adelson Rocha para acompanharem o andamento da situação. 

Na ocasião, os representantes civis do bairro fizeram um relato detalhado ao prefeito sobre a chegada das primeiras famílias ao terreno em questão e enumerou as necessidades sociais que ainda carecem sobre o novo bairro, como a falta de infraestrutura, sem sistema adequado de distribuição de energia elétrica e água tratada, assim como também explanaram as constantes batalhas judiciais que estão travando para se manterem no local. 

“Sabemos que a área não é nossa, mas também queríamos que entendessem que muitas famílias que estão naquele local não tem para onde irem, muitas sequer são daqui do Amapá e precisam de pelo menos um pedaço de terra pra morar. Não é fácil um pai de família ter que colocar comida todos os dias na mesa, e muito mais difícil ter que arranjar um lugar para abrigar sua família”, explicou o morador Luiz Rosário, que reside na área e esteve acompanhando a reunião com o prefeito de Santana. 

O morador revelou que a área pertence a um conhecido empresário do ramo da construção civil no Estado e que possui outras demarcações (áreas de terras) tanto em Santana como na capital (Macapá). “O que custa um cidadão desse tipo liberar uma área dessas para pessoas que realmente precisam?”, questionou o comerciante Álvaro Pontes na reunião. 

Suspensão Judicial
Na conclusão da reunião, o prefeito Robson Rocha informou ao representantes do bairro que o município, através de sua Procuradoria, atravessou com uma petição pedindo a suspensão da execução judicial até que se construa uma proposta viável que possa garantir a efetivação do referido bairro. 

“Não existe qualquer noção pública de retirar essas famílias do local, sabendo que não há sequer interesse de produção social ou econômica para o município. É bem mais viável que elas se mantenham ali justamente por se sentirem favorecidas. Claro que agora cabe à Justiça avaliar se realmente poderão se manter definitivamente na área, e é o que esperamos”, comentou de maneira otimista Robson Rocha.

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