Manifestação Popular cobra terras prometidas por Governo Estadual

Cerca de 200 pessoas reuniram-se nesta terça-feira (17/03), na Praça da Bandeira, no Centro de Macapá, para pedir ao governo do Amapá a posse definitiva de uma área no município de Santana. O terreno, de propriedade privada, abriga cerca de 2.500 famílias, segundo Flávio Barreiros, um dos mobilizadores do protesto. 

Utilizando faixas, bandeiras e adesivos da última campanha para o governo, os manifestantes cobravam um posicionamento da atual gestão sobre a área. O governo do estado não quis se pronunciar sobre o assunto. 

“Achamos que protestar dessa forma mostra que não queremos enfrentar o governador. Queremos entendimento. Muita gente aqui votou nele, com a esperança de mudança. Porque habitação é direito de cada cidadão”, disse Barreiros. 

Segundo o líder do movimento, 2,5 mil famílias moram na área que tem em torno de 1 quilômetro de extensão, localizada no bairro Fonte Nova, próxima a antiga lixeira pública de Santana. 

“E assim vivemos há 3 anos. Em área alagada, às vezes, sem energia e sem saneamento, entre despejos e retornos, porque nós precisamos. Não temos para onde ir”, acrescentou o mobilizador. 

Barreiros disse que há uma ordem de despejo que pode ser executada na quarta-feira (18), mas que um grupo representativo dos moradores e a prefeitura de Santana entraram com recurso para anular a retirada das famílias da área. “Soubemos que o pedido está nas mãos do governador, somente para ele assinar e autorizar o pagamento da área”, disse. 

Raimundo Silva, de 48 anos, vive na área há 3 anos com a mulher e 3 filhos. Ele disse que tem pressa para ter um terreno próprio. 

“Estamos cansados de viver nessas condições sub-humanas. Queremos ter nosso espaço para poder viver em paz”, pediu Silva. 

A diarista Elizângela Maciel, de 41 anos, disse que nunca teve casa própria e acredita que a doação da área será feita. 

“É difícil morar com a família nessa situação, sem segurança, sem água, sem energia. Apropriamos esse terreno, que está há tanto tempo abandonado, e só queremos um pedaço de terra para morar. Creio que isso não é nada demais”, acredita Elizângela. 

Ainda nesta terça-feira (17), o grupo representativo reuniu-se com assessores do governo que mediaram a situação.O resultado dessa reunião foi repassada para a imprensa.

Comentários