Enfermeiros não cumprem seus horários de plantão no Hospital de Santana

A denúncia partiu esta semana por alguns pacientes que estiveram buscando atendimento emergencial no único Hospital público de Santana (AP). 

De acordo com as informações, enfermeiros e outros técnicos de saúde que atuam no plantão do hospital santanense não estariam cumprindo corretamente seus horários de trabalho, obrigando diversos pacientes a ficarem aguardando até quatro horas para serem atendidos nos setores de medicação daquela casa de saúde. 

Descaso com crianças e adultos
A situação mais recente aconteceu na madrugada da última quarta-feira (09/04), onde o eletricista Manoel Furtado alega ter levado seu filho de 10 anos para o Hospital de Santana, e que após ser orientado pela médica-pediatra que encontrava-se de plantão, não acreditou no que viu ao chegar na sala de medicação infantil. 

“A médica passou dois remédios pro meu filho tomar, mas quando cheguei na sala de medicação, encontrei a sala praticamente fechada, não havia ninguém para medicar meu filho que estava passando muito mal. Como é possível que num hospital daquele tamanho, não houvesse um enfermeiro ou qualquer pessoa que pudesse medicar uma criança às seis da manhã?”, questionou o eletricista Manoel Furtado, que ainda procurou por qualquer enfermeiro que houvesse na sala de medicação para adultos, e não teve o mesmo êxito. 

Além do eletricista, outra paciente que também passou pelo mesmo constrangimento de esperar o longo atendimento do hospital foi a doméstica Maria do Socorro Nascimento, que chegou ao local por volta das 05:00hs da manhã com fortes dores no estômago, e após ser medicada, tentou de todas as formas encontrar algum enfermeiro que pudesse atendê-la com os medicamentos prescritos. 

“Ainda cheguei a andar por vários corredores do hospital pra tentar localizar pelo menos um enfermeiro que pudesse me atender com as medicações que me foram passadas, mas só encontrava o pessoal da limpeza e os vigilantes que ficam na entrada do hospital. Nem eles souberam me informar sobre os enfermeiros de plantão. Isso é uma grande falta de respeito com o povo”, desabafou a doméstica Maria do Socorro, que também soube através de alguns funcionários terceirizados que a maioria dos enfermeiros, por se tratarem de trabalhadores efetivos do quadro do Estado, costumam largar seus plantões antecipadamente além do horário a ser cumprido pelas normas do hospital. 

“Quando perguntei pelos enfermeiros, me contaram que a maioria deles vai embora bem antes do horário final de trabalho. Tem uns que deveriam largar somente às sete da manhã, chegam a ir embora antes das seis da manhã. Tem outros (técnicos de enfermagem) que nem chegam a cumprir metade do turno e já vão logo embora”, contou a doméstica, que somente pôde ser liberada depois das oito da manhã deste dia 09, quando esperou mais de três horas para ser medicada pelos plantonistas. 

A coordenação do Blog Santana do Amapá constatou a veracidade das denúncias feitas ditas por tais pacientes após procurar pelo atendimento emergencial do hospital na madrugada da última sexta-feira (11/04), onde encontrou apenas uma enfermeira, que não quis se identificar, e informou que seus colegas de trabalho haviam saído para comprar lanches e não sabiam a hora que retornariam. 

Ponto Eletrônico
O Blog tentou contato com a direção do Hospital de Santana para buscar explicações sobre o fato, mas ninguém quis comentar o ocorrido. O mesmo contato foi feito com o gabinete da Secretaria Estadual de Saúde, mas apenas repassaram que o secretário Jardel Nunes não se encontrava no momento para melhor esclarecer a situação. 

Ao tentar manter contato com a direção do hospital de Santana, um dos trabalhadores terceirizados da área de limpeza sugestionou sobre a questão da pontualidade desses funcionários efetivos. “Não é de hoje que falam desses enfermeiros que não cumprem o turno aqui no hospital. O certo seria instalarem um ponto eletrônico para todos passarem a cumprem seus horários do início ao fim. Queria ver quem seria capaz de acumular tantas ausências num único mês”, falou uma funcionária da recepção que não quis de identificar por represália da direção.

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