Capitania dos Portos reforça operação de cobertura de eixos em embarcações

A Capitania dos Portos do Amapá realizou na última sexta-feira (04/04) uma ação de a instalação de kits de cobertura de eixo de motor para embarcações localizadas no Igarapé das Mulheres, no bairro Perpétuo Socorro. A instalação é gratuita e obrigatória, de acordo com a lei 11.970/2009, que obriga instalar a proteção sobre o eixo, o motor e as partes móveis das embarcações. 

A ação faz parte de uma campanha de prevenção em parceria com a Associação de Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia (AMRVE) que visa chamar atenção dos donos de embarcações para colocar o equipamento de proteção que é gratuito e uma forma básica de proteger a família quanto a qualquer acidente de escalpelamento. 

De acordo com o tenente da capitania Fabiano Crespo, a instalação dos kits protetores de eixos de motor acontece o ano inteiro e são totalmente gratuitas, basta o dono levar a embarcação na sede da Capitania dos Portos, localizada em Santana, e pedir o procedimento. De 2010 até agora mais de 900 kits foram instalados, mas há muitas embarcações não registradas na Capitania dos Portos. 

A proteção é obrigatória tanto em barcos de passeio como nos que fazem transporte de passageiros e de produtos. Porém, muitos donos de embarcações tem resistência em levar seus veículos com receio de ser cobrada alguma taxa, multa ou apreensão da própria embarcação. “Estamos aqui apenas para prestar orientações e auxílio aos donos de embarcações. Geralmente, o escalpelamento acontece no âmbito familiar, dentro de embarcações artesanais que costumam a ser invadidas por água. Nesse momento as esposas e crianças costumam a ajudar a retirar a água do barco, nesse movimento de abaixar a cabeça e levantar é que o cabelo acaba sendo enrolado no eixo do motor e provoca o escalpelamento”, explicou Tenente Fabiano. 

A presidente da AMRVE, Rosinete Serrão, frisou que por mais que sejam realizadas campanhas intensas para colocar a proteção dos motores para evitar a ocorrência de acidentes com escalpelamentos e mutilações, ano passado ainda ocorreram dois acidentes, um em Porto Grande e outro em Mazagão. “Queremos a segurança da navegação ribeirinha. O escalpelamento arranca o couro cabeludo e às vezes alguns membros, como orelhas e sobrancelhas. Somos julgadas pela aparência e queremos por fim nisso, pois a conscientização da sociedade pode representar uma alternativa para a igualdade de oportunidades”, concluiu Serrão.

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