Porto de Santana é importante, mas não tem previsão para ser reformado

O Porto de Santana voltou a ser apontado como rota de escoamento dos grãos produzidos no Mato Grosso, segundo afirma o coordenador-geral de Obras do Departamento de Portos Fluviais e Lacustres, João Affonso Dêntice. Ele apresentou a alternativa ontem (29), durante o Seminário “Os Caminhos da Amazônia – banda larga, portos, rodovias e aeroportos”, no Plenário da Assembleia Legislativa. 

O coordenador informou que a produção do Mato Grosso é exportada pelos portos do Sul e Sudeste do país, mas essa possibilidade apresenta problemas logísticos. São altos os valores dos fretes para os produtores e as rodovias ficam congestionadas com os caminhões das cargas. “Para resolver essa questão, estão sendo feitos estudos pela Secretaria de Portos e o Ministério dos Transportes para que o escoamento da safra seja pela Amazônia, passando pelo Porto de Santana”, disse. 

Apesar do interesse do Governo Federal para que a produção de grãos mato-grossenses seja feita pelo Amapá, é necessário haver infraestrutura rodoviária e portuária. “Temos projetos para ampliar e reformar o Porto de Santana, mas ainda não tem nada garantido para o início das obras”, afirma o coordenador. 

A ampliação do porto também traz outras oportunidades no crescimento da economia. Entre elas, está a vinda de outras cargas para o Amapá. “Antes, só poderia movimentar carga de uma terceira pessoa no terminal próprio. Hoje em dia, com a Lei 2.815/2013, qualquer empresa pode pedir a autorização de uma área, desde que seja fora da área do terminal público, e fazer o seu terminal”, destaca Dêntice. 

Rodovias
Durante o seminário, também se discutiu sobre as rodovias do Amapá. Com a pavimentação da BR 156/trecho sul, será facilitado o escoamento da produção na região, já que com a conclusão das obras previstas para 2015, o Amapá deixará de ser isolado por rodovias. 

Segundo o secretário de gestão do Ministério dos Transportes, Miguel de Souza, a interligação do Amapá através de rodovias do Pará e da Guiana Francesa, através da ponte binacional, almeja uma melhora na escoação de produtos. “No Amapá, pretendemos não só fazermos investimentos nas rodovias, mas também trazermos melhorias para os portos, que tem grande importância na escoação da produção”. 

O secretário também ressaltou que, com esses investimentos nos transportes fluvial e rodoviário, o Amapá terá um melhor tráfego de pessoas e de produtos. Isso promete aumentar as relações comerciais de exportação e alavancar a economia local. 

A partir da assinatura do convênio, o Governo Federal passou as obras da BR 156 para o Governo do Estado, que deverá lançar o edital de licitação para a escolha da empresa que fará a pavimentação da rodovia, através da Secretária de Transportes do Estado. As obras estão previstas para começar no verão de 2014. 

De acordo com informações da Secretaria de Transporte do Estado do Amapá, após o convênio ter sido assinado na manhã da última quinta-feira, 28, será feito um levantamento técnico e ambiental no primeiro trecho da obra, que começa a partir do quilômetro 21, onde serão pavimentados 61 quilômetros, ao custo de R$ 214,8 milhões. A obra será dividida em quatro etapas que correspondem a 271 quilômetros de pavimentação.

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