Mais de 500 famílias invadem área no Delta do Matapi

Centenas de famílias invadiram na última segunda-feira (15/10) uma área localizada no Delta do Matapi, no município de Santana. A decepção com o prefeito Antônio Nogueira em não ter viabilizado um projeto habitacional foi a principal versão dos invasores para deflagrar a ocupação de uma vasta área caracterizada por uma série de contrastes físicos. 

Entre os ocupantes está a autônoma Socorro Melo, mãe de quatro filhos e avó de cinco netos. “Eu não aguento mais pagar aluguel. O dinheiro que a gente consegue trabalhando é só para isso, pois o valor é um absurdo. A única forma de tentar sair dessa situação foi também invadir essa área juntamente com outras famílias que estão passando por situação semelhante”, frisou. 

A área já havia sido alvo de outras tentativas de invasão, mas que foram frustradas pelo próprio prefeito da cidade ao entrar na Justiça com processo de reintegração de posse. Desta vez, o número de invasores é maior do que a primeira tentativa, que registrou 500 famílias. Naquela ocasião, todas foram expulsas pela Polícia Militar após a prefeitura ganhar ação na Justiça. 

Os invasores disseram estar cansados de esperar uma iniciativa do prefeito em trabalhar uma política habitacional para o município. Também foram motivados a tomar a área depois que souberam da intenção do prefeito em construir no local uma bacia de decantação. “Nesse momento o que estamos precisando é de casas”, afirmou o pedreiro Luis Fonseca. 

A única bacia de decantação do Estado encontra-se na capital, mais precisamente no bairro das Pedrinhas. A estrutura da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) recebe dejetos de várias áreas da cidade. Como a fossa séptica não é coberta, tornando-se um lago de decantação a céu aberto, um mau odor é liberado. Tal situação acaba poluindo o ambiente e contribuindo para o surgimento de doenças. As famílias moradoras ao redor são as mais prejudicadas.

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