Comerciantes e embarcadiços se negam a sair da área portuária

Atenção, área interditada pela Defesa Civil, proibido pessoas e cargas.

É o que alerta a placa fixada na tarde de ontem (13/07) no Porto de Santana, as proximidades do muro de arrimo atingido pelas fortes chuvas no inicio desta semana. Mesmo com o risco de desmoronar a qualquer momento e sem fiscalização, o tráfego continua intenso no local.

A Defesa Civil já esteve na região por várias vezes e reforçou o alerta, mas o trânsito continua fluindo normalmente na área atingida. As margens do rio, é possível ter dimensão do risco enfrentado por quem permanece utilizando o porto para embarque e desembarque de passageiros e mercadorias. Uma grande fenda foi aberta em função do deslocamento do muro de arrimo, caso o solo volte a ficar úmido, o risco de desabamento pode aumentar.

A insistência dos trabalhadores em permanecer no local, utilizando a rampa que pertence à obra do Terminal Pesqueiro, já resultou em reuniões com representantes da Prefeitura do Município, que orientaram a formalização de um documento direcionado ao Ministério da Pesca e Aquicultura, solicitando a liberação da rampa, já que a mesma faz parte de uma obra federal.

O documento foi protocolado ontem (13) na Prefeitura do Município e ganhou reforço com a participação de representantes da Colônia de Pescadores e Aquicultores Z6 da Área Portuária. A mobilização resultou na criação de uma Comissão de Trabalhadores, destinada a encontrar uma solução para os problemas enfrentados naquela região após o incidente.

Segundo o vice-presidente da Colônia Z6, Raimundo Nobre, a ideia é reforçar o movimento, na tentativa de conseguir junto à administração municipal, a liberação da rampa do Terminal Pesqueiro, como medida emergencial para os comerciantes e catraieiros.

“Somente quem depende desse lucro para sustentar a família, é que sabe as dificuldades que enfrentarão se o acesso ao Porto de Santana for totalmente proibido. Nós temos consciência dos riscos, mas é preciso que a Prefeitura nos apresente uma solução” disse Raimundo Nobre.

Segundo o comerciante, Hebert Mesquita, que atua há 22 anos na região, a interdição do local, afetará diretamente na renda dos trabalhadores, que dependem dos ribeirinhos para movimentar as vendas.

“Se fecharem a área, o fluxo de pessoas reduzirá consideravelmente, pois os ribeirinhos utilizam a rampa para ter acesso ao comércio local” reclamou Mesquita.

Já o catraieiro Francisco Paes, teme a impossibilidade de continuar o trabalho que a mais de 20 anos gera renda a sua família. “Trabalho com o transporte de passageiros e sustento minha esposa e meus filhos com o dinheiro que consigo nas viagens. A situação ficará complicada se eu não puder utilizar o porto” disse o trabalhador.

O prefeito do município de Santana, Antonio Nogueira, deve reunir na próxima segunda-feira (16), com os trabalhadores para tratar sobre o assunto.

Reportagem de Andreza Sanches (Jornal do Dia)

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