Servidores iniciam operação-padrão no Carnaval

Em protesto contra a insegurança, ameaças de morte e agressões dos pacientes e seus familiares, os profissionais de saúde do Hospital de Santana iniciam neste sábado (18/02) uma operação padrão. Entidades de enfermeiros, médicos e farmacêuticos decidiram ontem (16) que durante o carnaval serão mantidos apenas os serviços de urgência e emergência. Uma nota de esclarecimento será divulgada nesta sexta-feira, denunciando que, além de o Hospital de Santana não contar com vigilantes há um ano, a Secretaria de Saúde, ao invés de buscar uma solução, ameaçou os servidores com represálias.

O presidente do Sindicato de Enfermagem e Trabalhadores de Saúde do Amapá (Sindesaúde), Dorinaldo Malafaia, disse que o clima de insegurança pela falta de vigilantes no Hospital de Santana foi agravado com a morte de um paciente, por choque anafilático, no último dia 5. Desde então, o médico e a enfermeira que o atenderam estão sob ameaça de familiares e amigos do morto. As intimidações também atingem outros profissionais do hospital.

“Há duas semanas tentamos negociar com a Sesa uma saída para as péssimas condições de trabalho, mas a assessoria jurídica da secretaria nos surpreendeu com um documento em tom autoritário, prevendo punições para os servidores que se reunissem ou se manifestassem”, relatou Malafaia. A despeito do tom ameaçador da Sesa, ontem, os servidores da saúde realizaram um protesto no Hospital de Santana. Em seguida, decidiram iniciar a operação padrão a partir deste sábado de carnaval.

A nota de repúdio à atitude da Sesa e de esclarecimento à população será assinada pelos Sindicatos dos Médicos, de Enfermeiros e Trabalhadores em Saúde e pelos Conselhos Regionais de Medicina, de Farmácia, além do Conselho Municipal de Saúde de Santana. O presidente do Sindicato dos Médicos, Fernando Nascimento, disse que “o clima de trabalho no Hospital de Santana se tornou insustentável”.

Para não agravar ainda mais o problema, as entidades de servidores em saúde preferiram não divulgar os nomes dos médicos e enfermeiros que estão ameaçados pelos familiares e amigos do paciente morto, que também teve a identidade preservada. Ao definir a operação padrão, o Sindesaúde também registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Santana e comunicou o fato ao Ministério Público Estadual.

“A partir de agora, qualquer incidente que acontecer, o que não esperamos, nós vamos responsabilizar o governo”, enfatizou Dorinaldo Malafaia. Além do risco à integridade física dos servidores, a falta de segurança também torna vulneráveis os pacientes, com a possibilidade, inclusive, do roubo de recém-nascidos, como ocorreu em fevereiro de 2011 na Maternidade Mãe Luzia.

“Os médicos não conseguem dar um atendimento adequado aos pacientes por causa das condições de trabalho”, critica o presidente do Sindicato dos Médicos, Fernando Nascimento. Ela cita a constante falta de medicamentos básicos como a Dipirona, antibióticos e analgésicos.

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